terça-feira, 17 de abril de 2012

Integridade: O que está vivo em mim agora?

Se alguém perguntar o que é integridade, certamente ouvirá como resposta: uma qualidade associada à honestidade, ao caráter incorruptível, às atitudes corretas.

Mas a integridade não é apenas isso.

Segundo a definição do dicionário, integridade é o “estado de uma coisa que tem todas as suas partes: a integridade de uma soma; qualidade do que é inteiro, completo; qualidade de uma pessoa íntegra, honesta, incorruptível.”

Lendo o verbete acima, percebemos que a integridade tem a ver com inteireza, com a capacidade de ter consciência do que sentimos e pensamos e de integrar isto com nossas ações. Afinal, quantas vezes não assumimos nossa raiva e não tomamos consciência do nosso medo? Quantas vezes agimos de uma forma que não reflete aquilo que realmente sentimos?

Daí a pergunta: O que está vivo em mim agora?, que colocamos no título deste post. A integridade tem a ver com a percepção de ser suficiente, sem precisar ser mais do que se é naquele momento.

É por isso que o dom da integridade abriu, em 2012, o Programa Líderes do Coração. Um educador amoroso e assertivo, um líder do coração, precisa ser capaz de acolher seus sentimentos e sensações de forma verdadeira e corajosa, antes de exercitar a coerência, a empatia, a co-criação e todos os outros dons.

Nós, do Serviraser, acreditamos que é essencial construir uma educação pautada por vínculos sinceros, e não uma educação em que educadores, fingindo estar bem, ensinam crianças a fingirem que estão bem. Esta educação fingida gera pessoas polidas na superfície, mas cheias de sentimentos violentos e desconhecidos nas profundezas.

Uma história infantil que ilustra bem esse quadro, e sobre a qual falamos em um dos encontros, é a do Pinocchio, que é um boneco de madeira cujo nariz cresce quando ele mente. À medida que a história avança, e Pinocchio amadurece através das suas experiências, ele consegue se tornar um garoto de carne e osso. Podemos pensar, então, em um Pinocchio desintegrado no começo da história, sem um corpo verdadeiro (apenas um corpo de boneco) e sempre mentindo (sem ter desenvolvido a capacidade de integrar emoções, pensamentos e ações). À medida que ele se torna capaz de ser verdadeiro, de ser quem ele é, ele se torna um ser humano de verdade. E é assim que acontece na vida, não?

“Uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as condições em que os educandos, em suas relações uns com os outros, e todos com o professor ou professora, ensaiem a experiência profunda de ASSUMIR-SE”.
(Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia)

Aguardem, nos próximos dias, as dinâmicas dos encontros!

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